flores de amor
A monotonia é meu espinho de hoje,
que será a flor do amanhã. Por hora bebo dela, apesar de não ver as flores
empobrecidas, sinto uma angústia que dói meu peito e me pergunto. Por que?
Talvez seja um momento em que meu estado de espírito precise de outros
alimentos.
Mas sou forte e vou cultivar a vida,
pois do contrário quando a lua me ver, empalidecerá. Eu amo a lua e sinto vergonha
de mim mesma, pois ela trabalha sem descanso e eu aqui a choramingar fagulhas
de vida.
Não, enquanto eu fico nessa
monotonia que me consome, muitos não têm nem onde morar e vivo bêbada de
vergonha de mim. Minha palavra não é como estrelas que à noite brilham a
vida dos eternos enamorados. Vou vagar como elas, pois a ociosidade está
me envenenando.
Na calada da noite, a brisa beija
minha pele e na beleza do céu colorido volto pra casa com um propósito: sou jovem, bonita e saudável - nada me falta para ser feliz, afronto a
mim mesma.
Parei de lamuriar e na batida do
tempo apago a sede da monotonia para aprender a ser feliz.